domingo, 7 de junho de 2015

Mediunidade e autodescobrimento

Na sua maioria os espíritos reencarnados são aqueles que, tendo maturidade espiritual suficiente para permanecer na Terra regenerada, ainda são reféns da lei de justiça. Passam presentemente pelos necessários testes de aferição, nos quais terão de demonstrar aptidão para resistir ao mal, ou então não apresentarão a vibração energética compatível com o psiquismo menos adensado que vige nos mundos regenerados.

Não é difícil entender porque a mediunidade assume papel ainda mais decisivo nessa hora em que os encarnados são disputados tanto pelo bem, como pelo mal. 

Essas almas já receberam várias oportunidades, nas quais poderiam ter feito a diferença, mas insistem em adiar o momento de desapegar-se de exterioridades, ainda insistem em ignorar tal necessidade. Com isso, folgam com o bem, tornando-se presas fáceis dos espíritos que, como eles, não pretendem abrir mão dos prazeres, desde os mais vis até os que nos pareça, inocentes deliberações do livre arbítrio.

Sabemos identificar o mal fora e achamos que isso é o suficiente. Entretanto, com maior frequência ainda não conseguimos reconhecer a manifestação do mal em nós, a influenciar as nossas escolhas. A mediunidade apresenta-se como oportunidade de abalarmos a visão distorcida que fazemos de nós mesmos, na medida em que nos coloca em contato mais próximo com o mundo interior, estrada que nos leva até a verdade.

O exercício de discernir os espíritos poderá contribuir para o autodescobrimento do medianeiro, desde que ele saiba como agir. Espera-se que o médium possa sentir os espíritos, ao invés de simplesmente percebê-los através do impacto emocional que a sua aproximação produz no médium. 

O transe é uma extensão do médium, o qual faz leituras energéticas do espírito a partir das referências energéticas que possua de si próprio. Há uma projeção ou espelhamento do mundo íntimo do espírito na intimidade do médium. Os nossos sentimentos servem para validar as impressões que recolhemos do mundo exterior por meio dos sentdos. Isso faz com que o médium consiga ter uma percepção clara das intenções do espírito, desde que, é claro, o médium saiba reconhecer o seu próprio modo de sentir.   

Não basta conhecermos a problemática do outro se não formos capazes de perceber os impactos de tal realidade na nossa intimidade. A honestidade será determinante para sentirmos a nós mesmos tal como nos encontramos, pois, escondidos por detrás de máscaras que nos permitem passar por quem ainda não somos, dificilmente perceberemos as reais intenções do outro.

Trecho do capítulo 6, Mediunidade em Tempos de Transição, págs. 61 e 62.
Livro Mediunidade sem Fronteiras, Editora Inede.
Autora: Fátima Ferreira 

Lançamento no Recife dia 5 de julho.


Nenhum comentário: