terça-feira, 12 de maio de 2015

O trabalho mediúnico e o Festim de Núpcias: vivendo a imortalidade desde já

... A assiduidade às reuniões mediúnicas e tampouco a docilidade passiva dos médiuns não serão suficientes para as realizações espirituais de vulto, quando não sejamos capazes de desejar ardentemente priorizar os interesses espirituais. As necessidades imediatas tendem a nos consumir todo o tempo e disponibilidade psíquica, de modo que não sobra espaço para alimentar a fé.
 
Não se trata somente de tempo e experiência acumulados no trato com os conhecimentos espirituais, mas sim, de força de vontade firme. Há médiuns que mal chegaram à casa espírita e mostram-se dotados de determinação maior, do que muitos que se encontram há décadas no preparo e nunca saem do lugar.
 
Não se trata igualmente de aguardar o chamado do Alto para tarefas de envergadura, pois é o trabalhador que precisa fazer-se escolhido. Quando nos deparamos com trabalhadores preocupados em procrastinar o atendimento das questões de ordem espiritual, alegando a necessidade de priorizar as obrigações familiares e profissionais, recordamo-nos da clareza do alerta contido no Festim de Bodas. As justificativas dos convidados ausentes ao festim retratam fielmente esta dificuldade humana de priorizar os interesses da vida imediata. Como na passagem, o comércio e a casa de campo simbolizam na nossa vida a atividade profissional e o lazer, embora ambos legítimos.
 
Certamente não podemos negligenciar as responsabilidades que nos competem junto à família e à sociedade, até porque há muitos que costumam refugiar-se nos núcleos religiosos, como no centro espírita, para evadir-se dos testemunhos a que foram chamados pela reencarnação. Entretanto é ainda maior o número dos que se servem dessas obrigações como pretexto para procrastinar o processo educacional.
 
Esses últimos agem como se o tempo estivesse a nosso favor. Deliberam adiar para as próximas reencarnações compromissos que poderiam torna-lhes a vida presente mais atribulada. Com isso demonstram total desconhecimento do que representa estar reencarnado numa época de transição planetária. Daqui por diante deverão reencarnar na Terra tão somente os espíritos que já consigam mostrar-se capazes de fazer o bem no limite das forças. Afinal, são eles os mansos que, de acordo com Jesus, herdariam a terra.
 
Percebe-se que já não basta evitar o mal, mas muitos continuam procrastinando o instante das transformações significativas. Não nos tornaremos espíritos após a morte física, até porque somos todos espíritos temporariamente revestidos de um corpo. O que resta é aprendermos a viver a imortalidade desde já.
 
Trecho do capítulo Mediunidade Sustentável, págs. 57 e 58, livro Mediunidade sem Fronteiras.
Autor: Fátima Ferreira. Editora Inede.
 

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